quinta-feira, 17 de abril de 2008

Três em um

Uma data especial

A equipe do Divagações de uma Confraria Culinária gostaria de parabenizar o estimadíssimo colega Bruno Guide, em virtude de hoje ser a data em que o supracitado companheiro completa nova volta ao redor do astro-rei à bordo desta esfera celeste chamada Terra (hoje é seu aniversário, em suma)! Desejamos que este luminar de grande projeção no atual cenário intelectual possa continuar desenvolvendo suas célebres contribuições em prol da humanidade, cujo extenso rol inclui a disseminação gratuita de violência baseada no avistamento de fuscas e a elaboração de doutíssimas teses, como a "Teoria do Pau Mágico".


Uma pequena parábola

Era uma vez um reino distante, cujo rei queria saber qual dentre seus súditos era o mais habilidoso artesão. Para tal, convocou todos os habitantes do reino a seu palácio, e deu a cada um deles uma caixa de madeira.

- Dentro dessa caixa vocês encontrarão um bloco de argila – disse o rei – Vão, e me tragam, dentro de sete dias, a coisa mais esplêndida que forem capazes de fazer com isso. Aquele que me trouxer o objeto mais incrível ganhará metade do meu reino.

No prazo estipulado, o rei constatou (não muito surpreso, porém) que apenas três cidadãos haviam comparecido. O rei ordenou que os candidatos se enfileirassem com suas obras diante deles, e começou a percorrer a fila, avaliando cada um individualmente.

O primeiro candidato apresentou o bloco de argila intacto, tal qual ele o havia recebido. Surpreso, o rei indagou o motivo daquilo.

- Majestade, tão logo deste meu objetivo, fui para casa colocar no papel as idéias que fervilhavam em minha mente. Fiz diagramas, plantas, cálculos, esquemas... mas... mas... percebi que não conseguiria esculpir perfeitamente, que nunca poderia seguir corretamente os meus planos... e portanto nem comecei.

O rei suspirou, e disse:

- Meu filho, você reside completamente no reino do planejamento... e planejamento sem prática não leva a nada.

O próximo candidato estava diante de uma massa amorfa de argila, retorcida aleatoriamente; parecia que alguém tentara fazer alguma coisa com aquilo, mas o resultado era caótico. Quando indagado sobre o que era aquilo, o homem respondeu:

- Meu rei, quando recebi vossa tarefa, corri para casa, ávido para começar a trabalhar. Todo dia eu tentava fazer alguma coisa com a argila, mas nunca deu certo, e o resultado é este.

Com um suspiro, o rei disse:

- Meu súdito, você é o oposto do outro: tudo o que conhece é a prática, e ação sem planejamento não leva a nada.

Prosseguindo em direção ao terceiro candidato, o rei ficou surpreso ao deparar-se com uma esplêndida escultura de um orgulhoso cavaleiro em seu corcel majestoso, perfeita em todos os aspectos.

- Sua obra é impressionante, meu caro. Mas como conseguiu realizar algo tão grandioso com o pouco barro que lhe foi dado?

- Não fui eu que fiz; eu comprei na feira de artesanato da cidade vizinha.

Assim, o terceiro candidato ganhou metade do reino e todos viveram felizes para sempre (com a exceção dos outros dois candidatos, que acabaram se afundando no perigoso mundo do álcool e morrendo de cirrose).


Moral da história: Na vida, assim como numa parábola com estrutura de conto de fadas e moral de fábula que começou séria e acabou indo para o escambau, quem vence são sempre os freqüentadores de feiras de artesanato.


Nova Despedida

Mais uma vez venho aqui declarar uma ausência prolongada em virtude de jornada para o litoral. Espero que desta vez tudo transcorra sem que eu seja assolado por males de caráter médico e acidental, e que meu estimado colega possa trazer-vos, em minha ausência, um relato (gêrnero literário para o qual ele já demonstrou excepcional habilidade ao enumerar os pontos altos do notável acantonamento) da festividade que freqüentaremos amanhã.

10 comentários:

Reggio Tartufo disse...

Esperava uma narraçãozinha mais água com açúcar, com a qual teria ficado feliz, porque eu sou meio bobo mesmo. Entretanto, apreciei igualmente essa uma de caráter ligeiramente jocoso.
E gostaria de dizer também, que fico muito honrado com a incumbência que me foi dada, de narrar a festança de amanhã. Tentarei desempenhar esse papel da melhor maneira possível.

Um grande abraço até sábado ao meio dia que é o horário que eu pretendo acordar, depois de tomar todas na sexta, e postar. Fui.

ps: eyxgcgm

Anônimo disse...

Nossa.
Se me permite: Adorei a fábula.
Estava impressionado com a sua habilidade de sábio popular (aquele que faz contos de sabedoria popular) até chegar ao fim da história, quando tudo foi pro escambau. Mas o senhor mandou bem muito mesmo assim. Admiro-o.

Salpicão Mesquinho disse...

Muito obrigado, caro anônimo. Lamento que a falta de identificação me impeça de agradecê-lo em pessoa.

Anônimo disse...

Me agradeça à là Disney?

Reggio Tartufo disse...

1 - acho q anônimo é mesmo FAP, q ficou com preguiça de escrever seu nominho.

2 - o que seria um agradecimento a la Disney, perdoem minha ignorância.

Salpicão Mesquinho disse...

Piada interna, Tchubinhas... sim, é o FAP

Anônimo disse...

essa coletânea (de fábulas + poema) tá uma maravilha!
realmente muito boa e engraçada do jeitinho que só vocês três sabem escrever!

parabéns meninos.

Reggio Tartufo disse...

essa foi a Dedé. hauahuaa

Anônimo disse...

Bom dia a todos
Quero deixar aqui a minha congratulação por vossos textos.
Os mesmos citados acima sempre me trazem "muita amizade, muita fraternidade, muita alegria, diversão, sem esquecer é claro do jornalismo sério, íntegro e ético"
Realmente minha visita sempre é "educativa e frutífera"
No mais quero parabenizar SM por sua parábola

Anônimo disse...

que que eh a teoria do pau magico, com o perdão da ignorancia?