segunda-feira, 31 de março de 2008

O Acantonamento como Vontade e Representação

Vim aqui dar seqüência ao bem-humorado relato de viagem (repleto de referências de caráter literário-cinematográfico [tudo bem, foram apenas duas {que eu saiba}]) redigido por meu companheiro.

Gostaria de abrir minha seqüência divagativa redimindo uma professora – Mônica, a Rainha dos Sólidos. Lamento não ter presenciado o desempenho da supracitada magistrada no pedalinho; no entanto, tal performance não pode ser criticada de maneira alguma, uma vez que eu meu colega Ivan (também conhecido como Clone da Dedé, devido à sua magistral representação no Show de Talentos deste mesmo evento turístico) também nos aventuramos nesse reino de adrenalina e a velocidade máxima que conseguimos alcançar (apesar da realização de um esforço ímpar por parte de ambos) foi a de 0 KM/H (confesso que quando percebemos que não conseguiríamos chegar a nenhum lugar interessante ficamos cerca de uma hora boiando embaixo da sombra de uma árvore, até que as vagas do lago nos carregaram de volta para a segurança do atracadouro e fomos forçados a desistir dessa intrépida jornada náutica).

Agora que esse evento está passado a panos limpos, gostaria de iniciar meu relato propriamente dito.

Como iniciar? Devo afirmar que a jornada de ônibus antecipou o clima de grande descontração e hilariedade que seria manifestado no acantonamento propriamente dito; porém, ao pisar no solo imaculado de Sapucaí Mirim e respirar seu puríssimo ar, dei-me conta da total magnitude da experiência de três dias que estava prestes a se desenrolar (na verdade, só cheguei a pensar nisso depois de uma necessária visita ao toalete, mas não maculemos a poesia do momento). Tal pressentimento mostrou-se verdadeiro; creio que a eloqüência em demasia seria incapaz de exprimir o que foram aqueles dias (aquelas horas, aqueles minutos); portanto, seguirei o modelo de meu comparsa e enumerarei (numa ordem arbitrária ditada pelo momento em que tal ou qual memória decidir vir à tona) fatos que me pareceram importantes:

* A união, ou pelo menos o falso sentimento dela. Desde o início, a divisão era aparente, com os diversos chalés vestindo as respectivas camisetas e configurando uma massa fragmentada; porém, a miscigenação de indivíduos uniformizados quando da chegada também teve repercussões num plano metafórico. Nesta ocasião, mais do que em qualquer outra nesses três anos de ensino médio, foi possível sentir um laço com pessoas que mal se conhecia; tal sentimento brotava das situações mais corriqueiras impostas por este convívio (“forçado”, diriam alguns), como a partilha de uma mesa com um comensal desconhecido (ou pifiamente conhecido) ou a conversa resultante da congregação nas áreas de lazer oferecidas pelo espaço. A aproximação dos alunos com os professores resultou também numa humanização da figura dos mestres.

* O impagável Show de Talentos, com destaque para as demasiadamente numerosas imitações de mestres e funcionários, que se deram nos mais variados formatos (musical, programa de auditório ou a simples imitação gratuita). Lembremo-nos com especial candor da imitação com que fomos brindados pelo colega Ivan (“Bom dia, meninos...”).

* As apresentações que colocaram os meninos (compelidos a dançar o clássico YMCA) num clima de forçado homoerotismo, o que estimulou diversas situações humorísticas (o inacreditável strip-tease do colega Flávio, Chaves empolgado como nunca, Porows numa performance reveladora...)

* As constantes improvisações musicais, com destaque para “A Marcha”, tocada em clima de alta descontração e animação (com direito a violões, bongôs, pandeiros de meia lua, tamborins e maracas tribais) sempre que os membros mais musicalizados do Chaleneida se deslocavam de lugar para lugar.

* O Chaleneida.

* Historinhas do Caio na hora de dormir.

* Cantar no chuveiro, apesar da insistência por parte de meus camaradas para que eu parasse de fazê-lo.

* A incessante busca por novos recordes de velocidade no toboágua

* Poroger em seu berço, reclamando sem parar e me fazendo sofrer no beliche de baixo

* Guide caindo no lago – o distinto colega resolveu apostar uma corrida de caiaque, e não obstante estar em último lugar, conseguiu cair de sua embarcação. Devido à sua tendência a reclamar da situação ao invés de agir (chegando inclusive a clamar pela companhia de sua mãe), seu caiaque acabou flutuando para longe, o que resultou alguns momentos de conflito entre ele e seu colega Poroger (seguro em seu próprio caiaque), que queria ver seu sofrimento e portanto se recusava a rebocar o caiaque de Guide até ele. Tudo isto foi observado com estilo por mim e por Ivan durante nosso momento de total inação no pedalinho.

Estarei eu esquecendo alguma coisa? Provavelmente. Talvez uma expansão dessa enumeração seguir-se-á; talvez não.

Por enquanto é só.

sábado, 29 de março de 2008

(Super Homem) O Retorno

Senhoras e senhores, estamos de volta a esse nosso humilde lar.

Ao meu ver a viagem foi deveras agradável e descontraída e contou com um interessante e incomum contato professor-aluno.

O time de professores foi composto por todos os do terceiro ano, além do reforço de outros três do segundo e do diretor, ou vice-diretor, ou sei lá que cargo do sistema executivo, do nosso colégio (espero não ter me esquecido de ninguém).

Eu teria uma série de apontamentos a fazer, entretanto, vou esperar o posicionamento de meu colega para que um possível texto brilhante da parte dele não venha a ser de alguma maneira prejudicado pela minha antecipação. Vou somente premiar alguns professores pelas suas atitudes e vivacidade:

Mônica, professora de Matemática do terceiro ano, na minha humilde opinião, merece o prêmio Bicicleta Ergométrica, pelo seu inigualável desempenho no Pedalinho. Ela pedalava, pedalava, pedalava e não saia do lugar.

Dedé, professora de História do terceiro ano, por sua vez, merece o troféu Canhão de Ouro, tamanha era a potência que aplicava em seus chutes a gol no pebolim. Um esporte assaz democrático que, inclusive, está sendo pleiteado a participar dos jogos olímpicos de Araraquara - 2048.

Renata, professora de Filosofia do segundo anos, pelos aparentemente inalcançáveis agudos alcançados, foi condecorada com o troféu Clave de Sol.

E por último, mas não menos importante, Ina, orientadora do terceiro ano, receberá em sua casa, com frete grátis, o troféu Onipresença, por ter sido o professor mais ativo e eclético participando de atividades como futebol, pebolim, cachoeira, entre outros.

Creio terem sido somente esses os prêmios que eu tinha imaginado entregar, caso o outro colaborador desse diário queira discordar ou quiçá acrescentar algum outro prêmio gostaria que sentisse a vontade para fazê-lo. Além disso, Salpicão, acrescente algum relato (de um Náufrago) peculiar da viagem, se você posssuir algum, que venha a interessar aos nossos leitores.

Um abraço apertado bem lá no fundo dos vossos corações,

Tartufo.

terça-feira, 25 de março de 2008

A Estréia (propriamente dita) e um Até Loguinho

Bom dia, ou melhor boa noite, porque enquanto escrevo, sou capaz de apostar, muitos de vocês já dormem.
Esse texto, na realidade, é minha estréia nesse diário virtual que idealizei durante tanto tempo. Pode-se dizer que hoje é minha estréia porque minha primeira participação, no texto inaugural, se deu somente no nível da conjuntura, uma vez que a estrutura já havia sido previamente desenvolvida por meu comparsa.
Já estava em meus planos escrever um textículo, entre hoje e amanhã, entretanto, tive certeza de que o faria ainda hoje quando li o texto de Salpicão. Neste, como vocês certamente leram, ele com um certo tom de desprezo, ao que me pareceu e espero estar equivocado, disse que eu ainda não havia me arriscado a escrever nada aqui.
Comecemos pelo começo, porque tenho diversos assuntos a tratar.
No que diz respeito ao ...

perdão pela interrupção, fui intimado a comparecer à cozinha a fim de dispor em um recipiente plástico o meu almoço de amanhã, o qual levarei a minha instituição educacional e esquentarei em um microondas disponibilizado gentilmente pela mesma.

...Voltando, no que diz respeito à arte do ludopédio, é de fato verdade que um atroz embate começou hoje e terá prosseguimento até outubro mas isso tudo já foi dito e eu estou apenas parafraseando o Salpicão. Vou então contar o que todos querem saber, inclusive meu colega, que não esteva presente na batalha desportiva. Meu time, venceu de maneira esmagadora a equipe adversária, porém, fui eu o vilão a permitir a mácula de sofrer um gol. Eu estava lá calmo, tranqüilo e sossegado em minha função de Espanta-Bolas, quando de repente fui surpreendido por um huno feroz, numa corrida intensa em minha direção com a esfera (ligeiramente oblíqua) em seus pés. Quando dei por mim estava correndo alucinadamente no encalço de minha presa, alcancei-o mas falhei no bote: a pelota foi arremessada pelo pé direito do companheiro de profissão, resvalou em um de meus pés ganhando uma altura indevida e fazendo com que atingisse em cheio meu braço. Em suma, cometi a penalidade máxima do jogo, sem contudo, ter a intenção de fazê-la. Foi um lance mágico, que só mesmo a física pode explicar.
Chega de futebol.
Agora, o outro tema que eu queria abraçar nesse texto, é essa viagem que será deveras proveitosa mas que resultará numa quebra de paralelismo sintático? Não, numa quebra na produção de textos. Na quinta-feira pela manhã, partiremos rumo a Sapucaí-Mirim, Sul de Minas Gerais. Os ônibus partirão as 7:27 e atingirão seu destino final somente por volta das 10:41, portanto, se alguém precisar me encontrar nesse meio tempo basta procurar pelo ônibus de número 2, se não for tão urgente vá até Sapuca ou aguarde ansiosamente por meu retorno no dia 29/03, sábado, por volta das 17:57.
Obviamente não publicarei mais nada de interessante antes de viajar, que passem a me chamar de Titica Azul de Pomba Agreste da Tanzânia se eu estiver mentindo, então desfrutem do que há a disposição e anseiem pela minha, ou melhor, pela nossa volta. Oxalá nós voltemos com notícias quentinhas e fresquinhas do front.

Um abraço fraternal, daquele que vos ama muito,

Reggio Tartufo.

Pequena nota e novo adeus

Enfim está inaugurado o embate desportivo ludopédico que deverá perdurar até meados de Outubro ou Novembro em um colégio que o senhor leitor provavelmente saberá qual é. Tivemos uma boa partida hoje, travada entre dois times de peso e seriedade que inauguram essa temporada com tudo para conquistar a taça: Santa Liga das Senhoras Católicas e Os Preguiças (antigo Sid e os Preguiças, nome alterado por motivos políticos e ideológicos). A vitória acabou sendo alcançada por este último, mas não sem muito suor e esforço impostos pelo desafiante. Resultado final OP 4, SLSC 1 (este único gol tendo sido permitido por um descuido de meu companheiro de escrita - mas deixarei este relato para ele; quem sabe assim ele não se intima a finalmente escrever alguma coisa aqui)

Dito isto, devo informar minha partida no dia 27 pela manhã - partirei (bem como boa parte de meus colegas de liceu) para uma viagem de fins turísticos e confraternizatórios, e, temendo não ser capaz de escrever mais nada entre hoje e o dia fatídico, despeço-me desde já.

Um abraço do seu amigo

Salpicão Mesquinho

domingo, 23 de março de 2008

De volta em preto

Caros confrades,

após uma ousada incursão jornalística no litoral de São Paulo (que aliás me rendeu um terrível ferimento cefálico quando da execução de uma empreitada investigativa particularmente audaciosa), a fim de melhor conhecer a juventude paulista e seus comportamentos, estou de volta ao lar e pronto para dar seguimento a este projeto literário. Esperem mais em breve.

Com amor,

Salpicão Mesquinho

quarta-feira, 19 de março de 2008

Nota dos Autores

Legenda:
Salpicão Mesquinho
Reggio Tartufo

Caro amigo internauta, em nome de toda a equipe do "Divagações de uma Confraria Culinária" (doravante denominado DCC), gostaríamos de dá-lo as nossas mais sinceras boas-vindas a este humilde (ou nem tanto) recanto jornalístico-literário da inter-rede.Aqui você encontrará uma coleção de textos cativantes e bem-humorados redigidos por nós, eu e meu colega Reggio Tartufo.

Eu gostaria de fazer um adendo. Hoje é véspera do feriado de Páscoa, é tempo de celebração. Então eu proponho um brinde ao nascimento de uma nova era no jornalismo brasileiro, quiçá mundial, na humildade.

Após uma semana de gestação nasceu esse esse diário eletrônico, que promete trazer a todos os seus leitores muita amizade, muita fraternidade, muita alegria, diversão, sem esquecer é claro do jornalismo sério, íntegro e ético. Permitiremos agora aos nossos caríssimos leitores um vislumbre do peculiar processo de redação de que nos valemos para compor os fundamentos de nossos textos:


"Salpicão, e o nosso diário?

Agora que estou instalado em minha nova residência poderei voltar a pensar nisso.

Precisamos. O primeiro texto será apenas introdutório? Talvez cd um devesse fazer um e
depois a gente fazia um miscigenação. (Mas não poderei sequer pensar em redigi-lo antes de 4ª-feira)


Sim, creio que o mais adequado seria abrir a produção desta empreitada com uma "Nota dos Autores". Acatemos vossa sugestão, então, e redijamo-la separadamente como preparação para uma posterior conjunção antropofágica.

Hehe! Correcto! Então está tudo acordado.

(...)

Agrião

Salpicão

Olhai os lírios do campo

se não fores cego

Ou alvino

Olhai as nuvens do céu

Estou a contrabandear zarabatanas

Ora, não faça vista grossa

José

Maria"

Agora que já falamos um pouco da dinâmica desse diário na rede, vamos agora à apresentação dos autores. Àqueles que tem o prazer de nos conhecer pessoalmente, aí vai uma dica para auxiliar em nossa identificação: o SM é exímio utilizador do famoso "sorrisinho", e o RT é o indivíduo mais humilde do planeta Terra.
Você provavelmente também estará se indagando acerca da nomenclatura desse nosso diário. O nome DCC provém da curiosa natureza dos contribuidores, ambos derivados do universo gastronômico; é também uma referência a uma pouco conhecida sociedade secreta de aristocratas glutões nascida na Itália feudal do século XI.

Esperamos que sua estadia em nossos domínios seja educativa e frutífera.

Com os mais sinceros votos de felicidade,

Salpicão Mesquinho e Reggio Tartufo