E assim, mais uma vez, a Roda começa a girar. Após alguns poucos momentos de ingenuidade, de ilusão da temporária libertação da Roda, as monótonas rotações se fazem sentir outra vez. Só que dessa vez com uma diferença: o que aguarda além do fim dessa rotação é uma incógnita.
Alguns esperam pela libertação, pela tão aguardada liberdade ilimitada; outros pressentem que na verdade o próximo punhado de anos consiste em um processo que apenas levará a uma nova Roda, à qual serão amarrados ainda mais firmemente; mas acima de tudo há um temor no ar: o medo da quebra da rotina, de ser arrancado ao conforto, de ver mudar uma estrutura de vida que se manteve mais ou menos igual (com alterações na conjuntura, como diria uma certa pessoa) nos últimos dez ou mais anos.
Felizes aqueles que conseguirem aproveitar seu tempo mesmo sendo arrastados pela Roda; felizes aqueles que não sucumbirem à pressão social que nos faz acreditar que uma decisão definitiva deve ser tomada ao fim desse ano; felizes aqueles que, apesar de não terem escolha senão ser arrastados – afinal, o que é viver em sociedade senão ser arrastado, ter de aceitar coisas que foram definidas muito antes do próprio nascimento e quando muito ajudar a mudar umas poucas delas – conseguirem, enfim, ser apenas isso: felizes.
Sejam bem vindos de volta às aulas.
E quando se aproximarem do fim, lembrem-se:
As lágrimas de toda despedida são despejadas sobre uma página em branco.
(Sim, fui eu que inventei essa última frase; estou planejando virar escritor de auto-ajuda)
Doravante expresso minha intenção de não mais escrever aqui até que o Tartufo deixe clara suas intenções quanto ao futuro, seja postando algo novo seja admitindo que sucumbiu.