quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Caminhando de um ponto A a um ponto B

Após munir-me dos equipamentos necessários, pularei a janela do meu quarto e demolirei a parede da casa à marretadas. Prosseguirei dessa forma, destruindo quaisquer construções que me estejam diretamente à frente e afastando eventuais patifes dispostos a atravancar a empreitada brandindo ameaçadoramente a marreta. Os carros terão de frear abruptamente e desviar-se perigosamente, pois não respeitarei semáforos, faixas de pedestres ou sinalizações de trânsito. Chegando à serra, escavarei um túnel que me conduzirá através dos morros diretamente para o litoral; após abrir caminho implacavelmente entre as hordas de perplexos banhistas, chegarei à difusa zona onde o mar lambe a areia, e lá meu corpo se converterá em chumbo e desenvolverei brânquias. Subindo e descendo sinuosamente pelas planícies e depressões secretas do fundo do mar, enfim emergirei em praias estrangeiras, onde não serei detido pelos curiosos balbuciando línguas desconhecidas e tentando fotografar-me. O próximo rol de obstáculos será bastante variado, mas disporei de uma grande variedade de equipamentos para enfrentá-los: um lança-chamas para derreter geleiras, uma flecha na qual amarrarei uma corda e que atirarei no tronco de uma árvore distante para poder dependurar-me por cima de um poço de areia movediça, uma roupa de amianto para atravessar as profundezas de um vulcão, um manto bege para disfarçar-me dos salteadores do deserto. Enfim chegarei a uma remota colina, na qual acolherei o júbilo infinito deste momento único e congratular-me-ei internamente por ter percorrido a distância mais curta entre dois pontos.



Aos entusiastas que porventura estejam considerando empreender tal jornada, recomendo o simplérrimo procedimento a seguir para definir o itinerário:
1) Dependurar um mapa múndi numa parede
2) Atirar um dardo para definir o ponto de destino
3)[opcional] Atirar um novo dardo para definir o ponto de início, caso não se deseje partir da própria casa

6 comentários:

Reggio Tartufo disse...

Acho q a empreitada é um tanto quanto arriscada.
Deveria ser seriamente levando em conta a possibilidade de se levar:
- bloqueadores solar
- pés de pato
- e uma caneta.
Mas eu é q n vou me arriscar, deixo essa aventura para pessoas detentoras de maior coragem.

Uma última opinião. Acho q é um tanto quanto confortável e racional partir de sua própria casa. Por isso, não vejo razão para acatar a sugestão, mas cada um é cada um né?

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Salpicão Mesquinho disse...

Odeio essa bichice de "comentário excluído"

Reggio Tartufo disse...

n fui eu.

Anônimo disse...

como assim?
fiz um comentario mas na verdade tava meio idiota entao eu deletei...

bom texto.

Reggio Tartufo disse...

se o como assim é para o q o João disse, acho q o q ele quis dizer é q é meio chato esse negócio de comentário excluído pq ficamos curiosos para saber o q algm escreveu (não haveria problema excluir se o comentário fosse simplesmente excluído, sem deixar vestígios).

fui!